terça-feira, 2 de maio de 2017

Advogado denuncia PMs por espancamento de adolescente negra em Serra Talhada e fará queixa na corregedoria


Um ato de violência de policiais militares contra uma adolescente negra de apenas 17 anos pode provocar punição aos suspeitos envolvidos no episódio. Esta é a opinião do advogado Renaldo Alves de Lima (Foto), que procurou a redação do Site Farol de Notícias, de Serra Talhada, mostrando cópias do Boletim de Ocorrência lavrado na Delegacia de Polícia de Serra Talhada.
Segundo ele, na madrugada do último sábado, na Rua Manoel Pereira Lins, em Serra Talhada, um jovem conduzindo uma motocicleta bateu numa pedra vindo a desmaiar logo em seguida. De imediato, a adolescente que se encontrava na companhia de quatro amigas, partiram para ajudar o acidentado.
“Eram cinco meninas, quatro brancas e a filha da minha cliente de cor negra, que foi acusada pelos policiais de tentar roubar o celular da vítima do acidente. Puro preconceito. Foi acusada porque era uma negra”, assegurou Renaldo Lima.
No boletim de ocorrência está registrado que um policial que se encontrava de folga, irmão do jovem acidentado, pegou a cabeça da adolescente e bateu contra a parede, exigindo o aparelho celular. Em seguida, uma equipe de policiais chegou ao local numa caminhonete S 10 e se limitou a observar a violência, o que provocou a reação da adolescente com xingamentos. “O resultado foi um tapa no rosto que ela recebeu de um dos militares”, lamentou o advogado.
AÇÃO JUDICIAL
Ainda durante a entrevista, o advogado que tem vários casos na defesa dos direitos humanos em Serra Talhada e região, disse que foi procurado pela família da vítima para ingressar com uma ação judicial.
“Os PMs deverão responder uma ação privada de calúnia, por acusar a adolescente de furto, e também vamos acionar a Corregedoria da Polícia Militar para que os PMs envolvidos sejam punidos. Também cabe uma indenização por danos morais e pode ser instaurado um procedimento por preconceito. Queremos a punição dos envolvidos”, reforçou Renaldo Lima.
O OUTRO LADO
No registro na Delegacia de Polícia, os policiais informaram que não houve agressão e que a adolescente teria caído e batido com a cabeça no meio fio. Argumento também informado a recepção do Hospital Regional-Hospam-.
A adolescente que se encontra com hematomas no rosto desabafou: “Só quero meus direitos, estou muito mal pelo que passei e meus pais também”