quinta-feira, 30 de junho de 2016

Problemas estruturais atrasam entrega de encomendas nos Correios.


Atendimento no CEE está limitado à distribuição de 30 a 50 fichas por dia.
Máquinas quebradas e número reduzido de carteiros entre as explicações.


A comerciante Flaviana Rodrigues chegou pouco depois das 9h ao Centro de Entrega de Encomendas (CEE) dos Correios, no bairro do Bongi, no Recife. Tinha uma formatura para ir na noite desta terça-feira (28) e precisava retirar uma mercadoria crucial: o vestido da festa. Os Correios, no entanto, estão limitando o atendimento no local e distribuindo entre 30 e 50 fichas por dia. Diante disso, muita gente chega ao CEE do Bongi e é obrigada a voltar para a casa sem conseguir resgatar sua encomenda. Foi o que aconteceu com Flaviana e com outras pessoas nesta manhã.
Quando ela chegou, as 50 fichas já haviam se esgotado. Flaviana ainda argumentou, mas os funcionários dos Correios disseram que nada podiam fazer e que ela teria que retornar no dia seguinte – e mais cedo. Foi aí que apareceu o também comerciante José Luiz de Assis, dono da ficha de número 49. Era a terceira vez que ele estava no Centro de Entrega de Encomendas do Bongi. Nas duas primeiras, não conseguiu senha. Desta vez, foi o penúltimo da fila. Proprietário de uma loja de autopeças, necessitava das mercadorias para revende-las. “Já estão todas vendidas e preciso entregar. Os clientes estão cobrando. Chegaram faz tempo. Devia ter pego há dias, mas não consigo”, conta.
Mesmo assim, José Luiz não pensou duas vezes: ao ver o desespero de Flaviana, pediu autorização aos servidores dos Correios e cedeu sua ficha à mulher que ele nem conhecia. “Ela precisava mais do que eu. Se o poder público não faz, a gente tenta fazer o que pode”, afirmou, antes de ir embora sem sua mercadoria.
Flaviana comemorou e agradeceu: “O pessoal falou que não tinha jeito, eu já estava indo embora, mas aí apareceu esse anjo da guarda”. A jovem passou mais de cinco horas esperando sua vez. E, quando chegou, a surpresa: os Correios não localizaram o vestido de Flaviana e a mandaram voltar ao CEE do Bongi novamente na próxima sexta-feira (1º). Segundo ela, o produto deveria estar disponível para retirada desde a última quinta (23). Flaviana ficou sem a roupa da formatura. “Vou ter que tentar pegar um vestido emprestado. É um absurdo”, lamentou.
Insatisfação
O atendimento ao público no Centro de Entrega de Encomendas do Bongi começa às 9h, mas a fila já é extensa uma hora antes. Tudo porque, desde o dia 13, conforme indica um documento afixado na parede do local, os Correios instituíram uma limitação de fichas para pessoas que precisam retirar encomendas. “As senhas são liberadas um pouco antes das 9h. Tem dia que são 30 e dia que são 50”, declarou uma funcionária da recepção do CEE, acrescentando que há outras 10 fichas para clientes preferenciais, como idosos e gestantes.
O público reclama. “Comprei os produtos no dia 30 de abril, era para chegarem com seis dias e até agora nada. Ninguém sabe dizer se foi extraviado, se está aqui, onde está. E, para completar, são só 50 fichas, uma fila enorme. A gente paga caro para receber a encomenda mais rápido e acontece isso”, reclama o comerciante Marcos Vinícius França, cuja encomenda é de produtos juninos. “Agora o São João já passou. É véspera de São Pedro”, pondera.
O motorista Antônio Carneiro passou a noite trabalhando e foi direto para os Correios para tentar pegar uma encomenda que, de acordo com o rastreamento feito pela internet, está no Recife desde o dia 17. Não é a primeira vez que ele tenta. “Da outra vez tinham acabado as fichas. Cheguei às 9h e não tinha mais nenhuma. É inaceitável uma situação dessa”, esbravejou.
Já a auxiliar administrativa Ângela Maria mora no Janga, em Paulista, no Grande Recife, e também estava no CEE do Bongi pela segunda vez.
“Minha encomenda chegou desde o dia 8 e não consegui pegar porque o contêiner está fechado. Vim ver se consigo desta vez, cheguei cedo e já tem esse tanto de gente. Isso não existe. É um desrespeito com todo mundo”, diz ela.
Além da quantidade limitada de fichas e da demora para localizar e retirar as mercadorias que chegaram há dias, quem procura o Centro de Entrega de Encomendas do Bongi enfrenta outro problema: a sala de espera só tem lugar para 15 pessoas e o único ar condicionado do espaço está quebrado. É preciso aguardar, por horas, na área externa do prédio.
Causas
O diretor regional dos Correios, Pedro Mota, admitiu que a empresa passa por dificuldades. "Nosso modelo tradicional de prestação de serviço esgotou-se, exauriu-se. Quanto mais carteiros a gente contrata, mas se faz necessário ampliar essa contratação. Tanto é verdade que no concurso atual, que já está extinto, de 2011, nós contratamos 500 carteiros. Hoje temos uma carência de 300 carteiros (...) Nossa máquina de encomenda está com sério problema no leitor óptico e isso faz com que haja rejeição de mais de 80% da carga tratada. Hoje, nós tratamos, aqui em Pernambuco, um milhão de objetos postais. Desse total, entre 40 e 50 mil encomendas. Atendemos, inclusive, alguns estados do Nordeste".
O diretor explicou o que vem sendo feito para resolver a situação de maneira definitiva. "No médio prazo estamos contratando uma empresa que vai modernizar nossa máquina de encomendas. Isso vai nos dar um ganho de 80% na nossa capacidade produtiva. Também nesse mesmo tom, nós adquirimos três novas máquinas de tratamento de cartas via licitação internacional para melhorar também nossa capacidade produtiva em mais de 30%. E nesse ínterim, como medida paliativa, estamos compondo um mutirão de mais de 200 pessoas nas áreas administrativa, de agências, inclusive de outras regionais, para em um trabalho conjunto, dar vazão a essa carga represada", acrescentou.
Pedro Mota disse que em duas semanas o serviço deverá estar normalizado. "A nossa expectativa é que, no mais tardar, até 15 de julho nós consigamos colocar o serviço em dia, ou seja, voltar a ter o controle. Mas, ainda sim, até o final do ano, mantendo a força-tarefa enquanto as condições ótimas serão instaladas, que é a máquina de encomendas modernizada e as três máquinas de carta. Mas há um fator preponderante que é buscar, junto ao Governo Federal, a abertura de concurso público ou, como medida atenuadora, orçamento para a gente contratar mão de obra temporária, ou terceirizar aquilo que é possível terceirizar sem ferir a norma e a lei", encerrou.

Testes nas vísceras de empresário tiveram que ser feitos na Paraíba.


Equipamento da polícia de Pernambuco estava quebrado, segundo SDS.
Paulo Morato, investigado na Operação Turbulência, foi encontrado morto.



Um dos exames das vísceras do empresário Paulo Cesar Barros Morato, achado em um motel de Olinda, no Grande Recife, no dia 22 de junho e alvo da Operação Turbulência, da Polícia Federal, teve que ser feito em um laboratório da polícia da Paraíba. A decisão foi tomada por causa de um problema técnico.
O equipamento usado no Instituto de Criminalística Professor Armando Samico (ICPAS), da Polícia Científica de Pernambuco, estava quebrado, de acordo com informações da Secretaria de Defesa Social (SDS), e não havia condições de fazer o teste toxicológico.
Segundo a SDS, diante da repercussão do caso, havia a necessidade de agilizar todos os exames. Como o cromatógrafo gasoso acoplado ao espectofotômetro de massa (CGMS) estava em manutenção no momento em que chegou a requisição para o exame, um técnico pernambucano acionou o laboratório localizado em João Pessoa (PB), que mantém convênio com a polícia de Pernambuco há muitos anos.
“Destaca-se que em situações normais, não havia necessidade desse deslocamento, visto que teríamos o tempo necessário para aguardar o fim da manutenção”, informa  a SDS.
A SDS esclareceu que o técnico levou para aParaíba amostras das vísceras de Morato, na terça-feira (28), e já retornou ao Recife. Os demais exames estão sendo feitos na capital pernambucana. A Secretaria de Defesa Social informou, ainda, que os laudos só serão divulgados depois do encerramento de todas as análises.
De acordo com a Gerência Geral de Polícia Científica, o Laboratório de Toxicologia do ICPAS está equipado com aparelhos capazes de realizar diversas análises toxicológicas. Recebe peritos criminais de outros Estados para realizar testes, contribuindo de forma positiva para o crescimento da perícia no país.
Polêmica
A polêmica em torno do Caso Morato surgiu quando o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) denunciou possíveis ingerências políticas na investigação. Os sindicalistas chegaram a apresentar um documento no qual a delegada titular do inquérito, Gleide Ângelo, autorizaria uma perícia complemnetar no Motel Tititi, um dia depois de o corpo ter sido achado. Tal análise jamais chegou a ser feita.
As polícias Civil, Federal e Científica descartaram, na tarde de segunda-feira (27), a possibilidade de interferências externas ou de falhas na perícia nas investigações. Em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social, o secretário em exercício de Defesa Social, Alexandre Lucena, garantiu que não houve falha na perícia, e sim de comunicação quanto à realização de uma perícia complementar no dia seguinte à morte do empresário.
Também participaram da coletiva o chefe da Polícia Civil, Antonio Barros; a delegada responsável pela investigação da morte do empresário, Gleide Ângelo; o superintendente da PF, Marcello Diniz;a gestora da Polícia Científica, Sandra Santos; o perito papiloscopista Lauro Macena; e a perita criminal Vanja Coelho.
Segundo Lucena, o perito papiloscopista entendeu que poderiam ser feitas mais perícias e, sem comunicar à Gleide e à Vanja, deixou um documento para os peritos de plantão do dia seguinte, que entenderam que deveriam ir até o local para fazer as perícias complementares. Houve um ruído na comunicação: o perito não se expressou direito. Mas não houve uma falha da investigação: todas as perícias possíveis foram efetuadas. A perícia complementar, segundo a própria delegada que coordena a investigação, não seria necessária e é ela que coordena a investigação, e não seus auxiliares.Federalização da investigação
A pressão para a celeridade nas investigações da morte de Paulo César Morato aumentou. Após o Sinpol informar que procurará o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) enviou uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) solicitando que as investigações do caso sejam assumidas pelo órgão em questão e pela Polícia Federal (PF).
Na terça-feira, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou ser contra a federalização do caso. Ele assegurou que confia no trabalho realizado pela Polícia Civil do estado.


Dois passageiros são baleados em assalto a ônibus no Recife.


Crime ocorreu em coletivo que fazia a Linha TIP/Conde da Boa Vista.
Uma mulher teve alta de hospital e um homem ainda está internado.



Um assalto a ônibus deixou dois passageiros baleados, na noite de quarta-feira (29), no Curado I, perto do Residencial Guararapes, na Zona Oeste do Recife. De acordo com informações da polícia e confirmadas pelo Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, por volta das 15h, um bandido entrou no coletivo número de ordem 339 da Empresa Borborema, que fazia Linha 346-Terminal Integrado de Passageiros (TIP)/ Conde da Boa Vista, e enunciou a investida. Ele estava armado com um revólver.
Segundo informações de testemunhas, após recolher objetos dos passageiros, o ladrão efetuou disparos. Uma mulher foi atingida de raspão na barriga. Recebeu os primeiros socorros e seguiu para o Hospital Pelópidas Silveira, na Zona Oeste do Recife. Passando bem, acabou liberada.
Um homem, outro ferido, também seguiu para o Pelóipidas Silveira e teve que ser transferido para o Hospital Getúlio Vargas, na mesma região da cidade. O bandido, de acordo com as testemunhas, conseguiu escapar.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, uma equpe da entidade acompanhou o motorista e o cobrador na delegacia, onde eles prestaram depoimento. "A gente faz esse trabalho por causa do pânico vivenciado pelos rodoviários", observou.
Horas depois, a Polícia Militar prendeu quatro adolescentes e um jovem de 18 anos, nas proximidades do Largo da Paz, no bairro de Afogados, na Zona Sul do RecifeEles eram suspeitos de assaltos a ônibus. Durante a abordagem, os policiais encontraram uma arma de fogo.
Testemunhas relataram no local que os suspeitos chegaram a entrar no ônibus, mas que o motorista desconfiou do grupo e conseguiu avisar à polícia. Segundo a PM, o grupo estava planejando o crime quando foi preso. Os cinco foram encaminhados para a Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, no bairro da Boa Vista, região central da capital.
Assaltos
Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) revelam o aumento no número de assaltos a Ônibus no Grande Recife, com 451 registros de janeiro a maio, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. O Recife é o líder no ranking de ações criminosas registradas, com 51% do total de notificações oficiais. Foram, ao todo, 213 ocorrências. Uma média de 43 casos por mês.
A SDS informou que houve aumento no número de abordagens, sobretudo, à noite, para coibir os assaltos Segundo a secretaria, de janeiro a maio, realizadas 11.912 abordagens, resultando na apreensão de seis armas de fogo, três armas brancas e 24 pessoas encaminhadas à delegacia.

Habitacionais atrasam e o Recife já paga auxílio-moradia a 5 mil pessoas.



Benefício, que era para ser temporário, se tornou ação sem prazo definido.
A cada mês, a Prefeitura do Recife paga R$ 1,1 milhão aos beneficiários.


Após mais de dois anos de atraso, as 160 famílias cadastradas no Conjunto Habitacional Travessa do Gusmão, nos Coelhos, área central do Recife, começam a se mudar nesta quinta-feira (30) para o local, que começou a ser construído em 2010 e custou R$ 7,6 milhões. Mas o número de contemplados é pequeno, diante de um déficit habitacional de cerca de 60 mil moradias na capital pernambucana e dos nove conjuntos habitacionais que estão com obras paradas, totalizando 2.890 apartamentos. Uma situação que perpetua o pagamento do auxílio-moradia, benefício que tem mais de cinco mil cadastrados no Recife e onera os cofres municipais em R$ 1,1 milhão por mês.
Criado por meio do decreto municipal número 18.810, de 30 de março de 2001, o auxílio-moradia é tratado, no papel, como “um benefício eventual às famílias em situação de vulnerabilidade temporária” e que deve ser concedido “até a solução habitacional final”. É destinado a “famílias que venham a ter sua casa destruída pela ação da natureza ou demolida, por determinação do município”. Diante de soluções definitivas, porém, o auxílio-moradia continua por prazo indefinido.
Na penúltima edição do Diário Oficial do Recife, por exemplo, a prefeitura prorrogou por seis meses o “benefício eventual” a 95 famílias em situação de vulnerabilidade da comunidade do Campinho, nos Coelhos, na área central. O valor pago é de R$ 200. O decreto afirma que “o pagamento será encerrado na medida em que as famílias beneficiadas sejam atendidas em programa habitacional”.
Outros casos
Enquanto isso, na mesma região, está o conjunto habitacional Sérgio Loreto, no bairro de São José. A placa com informações da obra está praticamente apagada. O cartão de visitas é um buraco no muro, aberto por invasores.
O abandono é latente. Muito lixo acumulado, mato alto e blocos inacabados, sem reboco, com tetos e paredes quebradas e materiais de construção espalhados. Não há nenhum vigilante no local e pessoas foram vistas pela reportagem circulando pelos prédios. Eram de comunidades vizinhas, mas não quiseram gravar entrevista.
Perto dali, em Joana Bezerra, está o conjunto habitacional Vila Brasil 1, prometido em 2006 e que começou a ser erguido em 2010, mas nunca ficou pronto. O lugar chegou a ser ocupado por famílias sem-teto em janeiro deste ano e a obra está paralisada desde agosto do ano passado, por problemas com a construtora responsável, que afirma não receber da prefeitura desde maio de 2014.
O Vila Brasil 1 deveria abrigar 128 famílias, mas continua sendo morada do abandono. Os problemas encontrados lá são os mesmos: lixo, mato alto, estruturas enferrujando e se deteriorando, apartamentos danificados.
Para piorar, a cisterna aberta virou foco de criação e reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Na área de seis mil metros quadrados, o matagal toma o terreno do que deveria ser o Vila Brasil 2, habitacional cuja construção sequer começou e que será destinado a 320 famílias.
Em Campo Grande, na Zona Norte, mais um conjunto com obras paradas, o H12. Cercado por tapumes e com lixo e água empoçada ao redor, o habitacional é menor, com 31 unidades. Os sinais de abandono, entretanto, são iguais. Tijolos e areia encostados em meio ao canteiro de obras e a apartamentos pela metade, sem reboco ou qualquer acabamento.
Prefeitura se justifica
A Prefeitura do Recife afirma, por sua vez, que já entregou 10 conjuntos habitacionais à população, totalizando 869 moradias. Ainda de acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Habitação, outros nove complexos estão em construção, o que representa 1.152 unidades habitacionais.
O secretário municipal de Saneamento, Alberto Feitosa, disse que a prefeitura tem um cronograma de obras até o final da gestão e que os trabalhos nos três habitacionais visitados pela reportagem serão retomados ainda este mês.
“Cada uma dessas obras tem sua especificidade. Nos habitacionais Sérgio Loreto e Vila Brasil, as obras serão retomadas em julho. Neste outro em Campo Grande, já na próxima semana”, assegurou.
Segundo ele, os atrasos são decorrentes de “ajustes de planilhas”. “Isso é uma realidade. Temos problemas, mas também soluções. Serão, no total, 2.021 unidades até o fim do ano”, ressaltou. “Além disso, esses conjuntos habitacionais são moradias de qualidade, com cerâmica, pintadas e com azulejos nas áreas molhadas”, frisou.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Número de queimados atendidos no HR aumenta até 8 vezes no São João.


Médico alertou para os riscos de brincadeiras com fogos e fogueiras.
Hospital, no Recife, é referência em socorro a vítimas de queimaduras.




O chefe do setor de Queimados do Hospital da Restauração (HR), médico Marcos Barretto, fez nesta quinta-feira (23) um alerta para os riscos de brincadeiras com fogueiras e fogos na véspera de São João.  Durante as festividades, de acordo com informações do HR, localizado na área central do Recife e referência em atendimento de vítimas graves de queimaduras, nessa época do ano, o número de casos chega a aumentar até oito vezes, em relação aos dias normais.
Barreto ressaltou que é preciso tomar muito cuidado com as fogueiras. Para acendê-las, ele recomenda o uso de um pano ou estopa embebido em óleo de cozinha e colocado em uma lata no meio da madeira. É proibido utilizar, segundo o médico, combustíveis como álcool, querosene ou gasolina.
“ A pessoa pega a estopa, põe na latinha e coloca óleo de cozinha. Acende e põe no meio da fogueira. Isso será suficiente para gerar calor e queimar a madeira, que nessa época do ano está mais  úmida do que o normal “, afirmou.
Barretto que os acidentes mais graves ocorrem quando a embalagem com combustível explode nas mãos da pessoa ou o líquido respinga nas roupas e provoca incêndio.  “Temos acidentes muito graves em que a pessoa chega com 60% a 70% do corpo queimado”, declara o especialista.
Segundo ele, também, é preciso tomar muito cuidado com as crianças. “Dou uma dica para mães e pais. Depois de brincar com a fogueira, antes de dormir, é bom usar água para apagar. Isso evita acidentes no dia seguinte, quando a criança passa perto da fogueira e se queima com a brasa espalhada pelo chão”, observou. 
Fogos
O chefe da Unidade de Queimados do HR também  lembra que é importante tomar cuidados ou até evitar as brincadeiras com fogos. “Não existem fogos inocente”, declara.
Para ele, até mesmo o traque de massa ou estalinho é perigoso. “Tem criança  que brinca de forma errada. Dá um peteleco no traque de massa e isso pode jogar aquela pedrinha no olho do amigo. E corre o rsico de causar até úlcera de córnea”, declara.


Apac prevê inverno com chuvas normalizadas no Grande Recife.


Clima volta ao normal por causa da perda de intensidade do El Niño.
Estação do frio teve início na segunda (20); período vai até o fim de julho.



O inverno tende a ser mais tranquilo, com chuvas mais bem distribuídas nas próximas semanas, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e na Zona da Mata. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o fenômeno climático El Niño está perdendo força, o que fará o clima voltar à normalidade.

No mês passado, houve uma quantidade de chuva acima do normal, o que causou transtornos à população e provocou deslizamentos de terra que mataram cinco pessoas no Recife e em Olinda. No dia 30 de maio, choveu 200 milímetros em apenas seis horas.
A estação do frio só começou oficialmente no Hemisfério Sul na última segunda-feira (20). No litoral pernambucano, o período chuvoso começa em abril, durante o outono, e dura até o fim de julho, quase um mês antes do início da primavera. Nessa época, a média pluviométrica normalmente ultrapassa os mil milímetros e isso tem acontecido este ano, de acordo com a Apac.

No entanto, o que aconteceu no último mês de maio foi uma má distribuição das precipitações. “Do ano passado para cá, houve uma influência muito forte do El Niño, que inibe as chuvas no Sertão, durante o período chuvoso de lá, que vai de janeiro a abril. E isso trouxe uma perturbação no início das chuvas no Recife e na Zona da Mata”, explica o meteorologista Roberto Pereira.

O fenômeno, que consiste no aquecimento das águas do Oceano Pacífico e provoca mudanças climáticas em todo o mundo, começou a perder intensidade em março. Porém, os efeitos desse processo na capital são percebidos somente agora.

“Como o Pacífico é muito grande, a troca de calor com a atmosfera é muito lento e, querendo ou não, é longe daqui. As alterações que acontecem no Atlântico, por exemplo, chegam ao litoral de Pernambuco em aproximadamente 15 dias”, esclarece.

Assim, com o fim do El Niño, a expectativa é que não sejam registrados novos temporais como o do mês passado. “Quando há um fenômeno desses, você tem uma situação atípica, de chuva muito forte em poucos dias. E, quando há a volta à normalidade, você vai ter chuvas mais espaçadas. O episódio de maio foi em dois dias. Em junho, já está bem sendo distribuído”, afirma o meteorologista.

Em julho, a média de volume de chuva é de 314 mm, na Região Metropolitana, e 202 mm, nas Matas Sul e Norte. Esse número deve diminuir até novembro, quando a média atinge 39 mm e 26 mm, respectivamente. A partir daí, o volume volta a aumentar até maio.

La Niña
O período de normalidade, porém, pode durar pouco. Em setembro, existe uma previsão de que ocorra a La Niña, que é o contrário do El Niño, ou seja, provoca o esfriamento do Pacífico. Dessa forma, a quantidade de água que evapora para a atmosfera é menor, deixando o ar mais úmido. Por isso, as chuvas podem ficar mais intensas e o inverno, mais rigoroso.

“Se acontecer, a gente só vai sentir no próximo ano. Como a gente demora para sentir o efeito, isso só vai chegar ao Sertão em janeiro ou fevereiro. No Recife, deve chegar em abril ou maio. Mas isso não é uma certeza”, ressalta Pereira.

Divulgado edital para seleção de 301 profissionais para trabalhar em Fernando de Noronha.






















Foi publicado no Diário Oficial do Estado (http://www.cepe.com.br) desta quinta-feira (23) o edital para a seleção simplificada que vai  contratar 301 profissionais para trabalhar na Administração de Fernando de Noronha. Os candidatos devem se inscrever na ilha a partir de segunda-feira (27) e o prazo que segue até sexta-feira (1). Estão sendo oferecidas oportunidades para concorrentes de nível médio, como assistente administrativo e condutor de veículo,   com salário de R$ 2.100,00. Também há disponibilidade de vagas de nível superior, como assistente da tecnologia da informação, com remuneração de R$ 5.400,00,  e até médico, para o programa Saúde da Família, com salário de R$ 18.000,00.
Não será realizada prova escrita, vão ser analisados os currículos que comprovem experiência na função oferecida.  O concorrente deve ser apresentar em envelope lacrado com os seguintes documentos: cópia autenticada do RG e ainda cópia do CPF, comprovante de residência, comprovantes descritos nos requisitos conforme edital, cópia de todos os certificados, certidões, comprovantes e declarações a serem pontuados. Sairão com vantagem os candidatos com experiência comprovada na áreas de preservação ambiental estadual ou federal. O profissional só pode concorrer a uma vaga. As inscrições também podem ser feitas por procuração.


Empresário encontrado morto entrou sozinho, diz advogado de motel.


Paulo César Morato era considerado foragido da Operação Turbulência. 
Câmeras registraram toda a movimentação; só houve consumo de água.


Após ver imagens das câmeras de segurança do motel em Olinda onde o foragido da Operação Turbulência, Paulo Cesar de Barros Morato, foi encontrado morto na noite de quarta-feira (22), o advogado do estabelecimento, Higínio Luís Marinsalta, afirmou que o empresário entrou sozinho no local e nenhuma outra pessoa chegou depois dele.
“O hotel estava bem munido de câmeras, e a gente está fornecendo as imagens para a polícia. Já vimos as imagens e ele (Morato) entra sozinho de carro e, daí pra frente, não mostram a entrada de pessoas estranhas, só os funcionários”, garante o advogado.
Morato teria chegado ao motel por volta das 12h de terça-feira (21), quando foi divulgado o balanço da Operação Turbulência pela Polícia Federal. Ele ficou dentro do quarto por cerca de 30 horas. “Ele não pediu absolutamente nada. Depois que a polícia entrou no quarto, a gente soube que o único consumo dele foi uma água”, conta Marinsalta.
A polícia foi acionada por funcionários do estabelecimento. "Como ele não tinha avisado se iria renovar a diária, os funcionários fizeram contato telefônico e, como não houve retorno, bateram na porta. Também não obtiveram resposta. Aguardaram mais um período e, à tarde, entraram no quarto, identificando que ele já estava em situação cadavérica", afirmou o advogado.
O corpo não tinha sinais de violência. Ele foi encontrado em cima da cama, junto com os documentos, R$ 3 mil e um relógio avaliado em R$ 10 mil. O quarto onde a vítima estava hospedada foi fechado para análise de peritos na manhã desta quinta-feira (23). O estabelecimento funciona normalmente. O carro do empresário foi encaminhado para o Departamento do Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
O empresário Paulo Cesar de Barros Morato era considerado foragido pela PF desde terça (21), quando foi deflagrada a Operação Turbulência.
A Polícia Civil está investigando a morte. De acordo com a Polícia Federal, um agente vai acompanhar o caso e, apenas se for constatado que as circunstâncias da morte têm ligação com a Operação Turbulência, a PF pode entrar nas investigações. Procurada pelo G1, a advogada do empresário, Marcela Moreira Lopes, afirmou que ele já havia tentado suicídio anteriormente.
Operação Turbulência
Na terça, os policiais federais prenderam quatro pessoas - Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. Havia mandado de prisão contra Morato, que passou a ser considerado foragido. A operação investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Nesta quarta, o G1teve acesso ao inquérito, que aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro responsável pela empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas, Morato teria “aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em 2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de fachada utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto Yousseff, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da construtora OAS”.
A Câmara & Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da OAS o montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a atenção" o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para "uma empresa fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua composição societária, o que representa um claro indicativo de lavagem de dinheiro".
operação teve início com investigaçõessobre a compra do avião, logo após o acidente que matou Campos e outras seis pessoas, mas chegou a um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado até R$ 600 milhões, segundo a PF.
Esse montante seria alimentado por recursos de propinas e usado por firmas de fachada e sócios “laranjas” para fazer a lavagem de dinheiro.
A PF investiga, agora, a relação entre essas empresas citadas na Turbulência e grupos já envolvidos na Operação Lava Jato e em investigações que estão no Supremo Tribunal Federal (STF).
PF recolheu em casas e escritórios, alvos de mandados de busca e apreensão durante a operação, sete automóveis de alto luxo, 45 relógios de marcas internacionais famosas, além de R$ 3,6 milhões, dólares, revólveres e uma espingarda.Também foram apreendidos dois barcos ,dois helicópteros e um avião.

Ex-ministro Paulo Bernardo é preso em Brasília pela Lava Jato.


Paulo Bernardo foi preso em desdobramento da 18ª fase da operação. 
PF cumpriu mandado de busca na casa dele e da mulher, Gleisi Hoffmann.



O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso nesta quinta-feira (23) em um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília. Ele é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, também foi alvo. Ele foi levado em condução coercitiva, que é quando a pessoa presta depoimento e depois é liberada.
Outro mandado de condução coercitiva foi para o jornalista Leonardo Attuch, que administra o blog 'Brasil 247'. Ele já havia aparecido nas investigação da Lava Jato como suspeito de ter recebido dinheiro por serviços não executados.
Policiais federais também estão na sede do PT no centro de São Paulo. Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal, na capital paulista.
A operação foi batizada de "Custo Brasil" e cumpre 65 mandados judiciais em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.
Do total de mandados nesta quinta, 11 são de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14  de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento. Um dos mandados de busca foi cumprido na casa de Bernardo e Gleisi, no bairro Água Verde, em Curitiba.
A defesa de Paulo Bernardo disse que desconhece as razões da prisão, e que estranha, porque o ex-ministro sempre se colocou à disposição das autoridades.
A PF informou que o objetivo da operação é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado, de acordo com as investigações.
"Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos - fictícios ou simulados", diz a PF.
Os crimes investigados na operação são de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.
Outros mandados
A PF cumpriu ainda dois mandados em Porto Alegre, um de busca e apreensão e outro de prisão, e também dois mandados de busca e apreensão em Londrina (PR). Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre quem eram os alvos desses mandados.
Delação
Um dos delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, afirmou em sua delação premiada ter recebido determinação do ex-diretor da Petrorbas Paulo Roberto Costa para entregar R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi Hoffman do Paraná.
Isso teria sido feito em um shopping de Curitiba. A quantia teria sido entregue pessoalmente por Yousseff a um homem. Youssef afirmou que Gleisi sabia de todo o esquema. E que  Paulo Bernardo pediu um "auxílio" na campanha da mulher.
Depoimentos
Em depoimentos à Polícia Federal em abril do ano passado, a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela e ex-ministro Paulo Bernardo negaram irregularidades na arrecadação para a campanha da petista ao Senado em 2010.
Gleisi e Bernardo negaram, ainda, solicitações de doações ao doleiro Alberto Youssef. À PF, Paulo Bernardo disse que não fez qualquer pedido de "auxílio" a Costa para a campanha de Gleisi.
Questionado sobre as anotações "PB" e "1,0", encontradas na agenda de Paulo Roberto Costa apreendida pela Polícia Federal, o ex-ministro disse não ter conhecimento das anotações.
Em depoimento à Justiça, Costa afirmou que as anotações diziam respeito ao valor de R$ 1 milhão repassados a Paulo Bernardo para a campanha da petista ao Senado.
Em seu depoimento, Gleisi Hoffmann também disse desconhecer as anotações na agenda de Costa. Ela afirmou ainda que o empresário Ernesto Kugler participou de alguns eventos da campanha de 2010, mas que năo atuou na captação de recursos.

Pernambuco notifica 261 suspeitas de mortes por arbovirores.


Estado tem quase 131 mil casos notificados de dengue, zika e chikungunya.
Foram registrados 2.008 bebês com suspeita de microcefalia.


Pernambuco registrou, em uma semana, mais dez mortes suspeitas de terem como motivo dengue, zika ou chikungya, totalizando 261 óbitos sob investigação em 2016, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira (22). Foram confirmadas 22 mortes por chikungunya e seis por dengue. No mesmo período de 2015, o estado havia registrado 44 mortes suspeitas de dengue, com 16 confirmações laboratoriais.

 O estado teve ainda 4.356 novas notificações de suspeita de pessoas com arbovirores em apenas uma semana, chegando a 130.924. A maior parte das notificações é para dengue, com 82.848 casos suspeitos. Destes, 18.539 foram confirmados. A maior incidência de dengue é em Ipojuca, no Grande Recife, seguido pelo Brejo da Madre de Deus, Itapetim, Ingazeira, Jaqueira e Moreno.
Foram notificados 37.609 casos suspeitos de chikungya, com 8.623 confirmações. Durante todo o ano de 2015, tinham sido notificados 6.840 casos da doença, com 3.649 confirmações. Para zika, o estado teve 10.467 notificações até o último dia 18, com 171 casos descartados.
Microcefalia
Os casos notificados de bebês com suspeita de microcefalia chegaram a 2.008 registros em Pernambuco, até o sábado (18). São nove casos a mais que a semana anterior. Os casos confirmados se mantiveram na última semana, com 366 bebês diagnosticados com microcefalia através de exames de imagem.
Do total de notificações, 1.165 bebês tiveram o diagnóstico descartado para a malformação. Há ainda 165 crianças com microcefalia que apresentaram exame positivo de relação com a zika, enquanto outros 126 casos não foi encontrada evidência da arbovirose e quatro tiveram exames inconclusivos.
Até o dia 18 de junho, 4.360 gestantes apresentaram manchas avermelhadas na pele, as chamadas exantemas. Dessas, 27 tiveram o diagnóstico de que o bebê que esperam tem microcefalia. A Secretaria de Saúde ressalta que as manchas não são necessariamente sinal de doenças como zika, dengue e chingungunya ou que o bebê vá ter microcefalia.

Janot apresenta denúncia ao STF contra o deputado Dudu da Fonte.


Ex-líder do PP é acusado de atuar em negociação que freou CPI da Petrobras.
Denúncia da PGR descreve reunião, de 2009, na qual foi acertada propina.



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quarta-feira (22), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como "Dudu da Fonte", por corrupção passiva. O parlamentar do PP é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Além de pedir a condenação do parlamentar pernambucano, Janot solicitou que a Suprema Corte determine a perda do mandato de Dudu e cobre R$ 10 milhões que teriam sido pagos como propina para atrapalhar, em 2009, as investigações da CPI da Petrobras no Senado.
Ex-líder do PP na Câmara, Dudu da Fonte é acusado pelo Ministério Público de ter intermediado uma negociação entre o ex-presidente do PSDB e ex-senador Sérgio Guerra, que morreu em 2014, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para barrar, em 2009, as investigações da CPI da Petrobras no Senado. 
A PGR teve acesso a um vídeo, gravado no Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 2009, que mostra uma reunião entre Dudu da Fonte, Sérgio Guerra, Paulo Roberto Costa e empreiteiros da Queiroz Galvão e da Galvão Engenharia. O encontro ocorreu dois meses antes de a CPI ser encerrada no Senado.
Um dos delatores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa contou aos procuradores da República que, na conversa, o ex-presidente do PSDB pediu R$ 10 milhões para atuar internamente no Senado para que a CPI "não tivesse resultado efetivo".
Segundo Janot, um dos objetivos da comissão era investigar “indícios de superfaturamento” nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Os investigadores afirmam que a propina paga ao ex-presidente do PSDB tinha como objetivo obter a atuação de Sérgio Guerra junto a outros integrantes do partido que integravam a CPI no Senado para que a apuração não tivesse resultado efetivo em relação à atuação da diretoria de Abastecimento da Petrobras, responsável pela condução das obras da refinaria pernambucana.
O dinheiro da propina, segundo o ex-diretor da Petrobras, foi obtido com empresas que participavam do cartel que dividia entre si contratos da estatal do petróleo.
Integrante da bancada do PP na Câmara, Dudu, segundo os investigadores, tinha "pleno conhecimento" do esquema criminoso que atuava na Petrobras. O PP era o partido que bancava a permanência de Paulo Roberto Costa na diretoria da petroleira.
Na denúncia apresentada ao Supremo, o procurador-geral da República afirma que Dudu da Fonte participou "ativa e diretamente" na negociação e no acerto do pagamento da propina para evitar investigações da CPI.
Janot relata ainda na denúncia que Sérgio Guerra e Paulo Roberto Costa se encontraram, ao menos, três vezes no Rio de Janeiro em 2009. Dudu da Fonte, ressalta o Ministério Público, participou de todas as reuniões acompanhando o então presidente do PSDB.
Reunião gravada
No encontro de outubro de 2009, conta a PGR na denúncia, Dudu, Guerra e Costa discutiram a necessidade de concluir as investigações da CPI da  Petrobras de 2009 “preferencialmente com um relatório ‘genérico’, sem responsabilizar ninguém.
O vídeo obtido pelo Ministério Público mostra que também participaram do encontro o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o então presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, e Erton Medeiros, representante da Galvão Engenharia na negociação.
No vídeo, Paulo Roberto diz a Guerra que “tem duas coisas importantes" para ele ajudá-los.  Em outro momento, o então presidente do PSDB sinaliza para o diretor da Petrobras e para os empreiteiros que seu partido não vai aprofundar as investigações na comissão de inquérito. O tucano ainda afirma aos interlocutores “ter horror a CPI”.
“Nossa gente vai fazer uma discussão genérica, não vamos polemizar as coisas”, prometeu Guerra.
Ao delatar posteriormente o esquema de corrupção ao Ministério Público, Fernando Baiano contou que o momento exato no qual o pagamento de propina é tratado pelos participantes da reunião de 21 de outubro de 2009 é quando o presidente da Queiroz Galvão diz que dariam “suporte" ao senador do PSDB.
Sérgio Guerra, então, responde: “conversa aí entre vocês”, indicando que cabia às empresas se acertarem para a divisão e a forma do pagamento do suborno.
Propina
Antes de se reunir com Sérgio Guerra, relata a denúncia, Paulo Roberto Costa pediu ao então líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PR), autorização para que a Queiroz Galvão repassasse R$ 10 milhões da cota de propina que seria destinada ao partido para o presidente do PSDB segurar as investigações da CPI.
No entanto, o procurador-geral destaca que, em um dos encontros com Dudu da Fonte e Sérgio Guerra, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras informou que o pagamento da propina seria dividido entre a Queiroz Galvão e a Galvão Engenharia.
Em um dos seus depoimentos de sua delação premiada, Costa contou aos procuradores da República que, na época, chegou a receber de Idelfonso Colares Filho uma confirmação de que o suborno havia sido repassado ao dirigente tucano.
As duas empreiteiras faziam parte do consórcio Refinaria Abreu e Lima, formado pelas construtoras Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia, e que participou das obras do complexo petrolífero de mesmo nome .
De acordo com Tribunal de Contas da União (TCU), o contrato entre a Petrobras e o consórcio teve um superfaturamento de R$ 58,5 milhões. Foram justamente esses indícios de sobrepreço nas obras da planta petrolífera de Pernambuco que embasaram a criação da CPI da Petrobras no Senado em 2009.
O relatório final da comissão, entretanto, apontou que não havia irregularidades no contrato. A Queiroz Galvão e a Galvão Engenharia sequer foram citadas no parecer final da CPI, destacou Janot na denúncia.
O chefe do Ministério Público observou na denúncia contra Dudu da Fonte que, durante os trabalhos da comissão, Sérgio Guerra não fez nada que pudesse atingir o interesse dos suspeitos de terem pago a ele a propina.
Dos seis participantes da reunião, três já sofreram condenações no âmbito da Lava Jato:
- Erton Medeiros (Galvão Engenharia): condenado a 12 anos e 5 meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
- Fernando Soares (lobista): condenado a 16 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
- Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras): condenado em 8 processos por corrupção, lavagem de dinheiro, e pertencimento a organização criminosa.
O que disseram os supeitos
Em nota enviada ao G1, Eduardo da Fonte afirmou que a denúncia da PGR "será respondida, no tempo e forma devidos, perante o Supremo Tribunal Federal". Ele ressaltou ainda que a CPI da Petrobras, de 2009, entregou ao Ministério Público 18 representações pedindo a investigação de supostas irregularidades identificadas durante os trabalhos da comissão (leia ao final da reportagem a íntegra da nota de Dudu da Fonte).
A direção nacional do PSDB afirmou, por meio de nota, que apoia as investigações da Operação Lava Jato desde o início e defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários.
Também por meio de nota, a Queiroz Galvão informou que não comenta investigações em andamento.
O advogado José Luis de Oliveira Lima, responsável pela defesa de Erton Medeiros, afirmou que seu cliente já prestou "todos os esclarecimentos devidos" e está à disposição das autoridades competentes.
 Não conseguiu contato com a assessoria da Galvão Engenharia e com as defesas de Fernando Baiano e Idelfonso Colares Filho.
Leia a íntegra da nota divulgada por Dudu da Fonte:
A denúncia do Ministério Público Federal será respondida, no tempo e forma devidos, perante o Supremo Tribunal Federal.
Anota-se, todavia, desde logo, que os membros da CPI, que hipoteticamente, se teria desejado encerrar, ofereceram, no 25/11/2009, com a CPI em andamento, 18 representações a esse mesmo Mistério Público acusador, diretamente ao seu chefe solicitando à adoção das providências necessárias à apuração das notícias de crime identificadas no decorrer dos trabalhos da Comissão, em especial as pertinentes às obras da refinaria Abreu e Lima.