sábado, 21 de junho de 2014

Copa do Mundo gera 1 milhão de empregos no Brasil

Estadão Conteúdo.

A Copa do Mundo foi responsável pela geração de 1 milhão de empregos, dos quais 710 mil permanentes, segundo balanço preliminar do Governo Federal sobre os ganhos decorrentes da realização do evento futebolístico no país. Ao todo, são mais de 15% dos 4,8 milhões de vagas criadas durante todo o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), de acordo com a Secretaria de Imprensa da Presidência da República, que utilizou no cálculo os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A estimativa foi apresentada ontem (19) pelo presidente da Embratur, Vicente Neto, durante o painel "Impacto dos Grandes Eventos na Economia Brasileira", no qual, junto com especialistas, fez um balanço prévio dos benefícios gerados pela Copa do Mundo.

Outro ganho, segundo ele, é a previsão de que o evento movimentará R$ 6,7 bilhões. Neste caso, não são considerados os investimentos em infraestrutura, que, pelo discurso do governo brasileiro, seriam realizados de qualquer forma, independentemente da indicação dos organizadores dos jogos.

Apesar da divulgação de números favoráveis à Copa, a opinião de especialistas presentes ao evento é de que ainda é cedo para calcular o legado econômico do evento.

Pedro Trengrouse, da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-Rio) compara os dados brasileiros aos da África do Sul, onde estudos apontam ganho de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Relativamente ao cenário brasileiro, 1% equivaleria a R$ 48,4 bilhões, muito acima dos R$ 6,7 bilhões, mas, em sua opinião, não é possível comparar resultados em países com características econômicas e culturais tão distintas, onde o futebol não mobiliza a população com a mesma intensidade.

A sua expectativa é de que, no Brasil, os ganhos serão maiores do que os conseguidos na África do Sul, que sediou o último Mundial.

Lamartine da Costa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), destacou que todo impacto na economia é progressivo e que, por isso, não é possível mensurá-lo no curto prazo. "Apenas agora estão sendo quantificados os ganhos [da Olimpíada] em Barcelona, de 1992", destacou.