Perda de vagas com carteira assinada foi um pouco menor que a registrada em 2015, quando 1,54 milhão perderam o emprego. Demissões são reflexo da crise econômica.
A economia brasileira voltou a fechar um grande número de postos de trabalho com carteira assinada em 2016, ano ainda marcado pela forte recessão que atinge o país. No ano passado, as demissões superaram as contratações em 1,32 milhão de vagas formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira (20).
Apesar de o número ainda ser alto, houve uma pequena melhora em relação ao ano de 2015, quando 1,54 milhão de brasileiros perderam o emprego.
Mesmo assim, 2016 foi o segundo pior ano de toda a série histórica, que tem início em 2002, considerando ajustes. O pior resultado foi em 2015. Na série sem ajustes, é o segundo pior desempenho desde 1992, quando teve início a contabilização dos empregos formais pelo governo.
Com o corte de vagas em 2016, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,371 milhões de empregos formais existentes. Esse é o estoque mais baixo desde o final de 2011, quando 38.296 milhões de pessoas ocupavam empregos com carteira assinada no país.
Somente em dezembro de 2016 as demissões superaram as contratações em 462.366 vagas com carteira assinada. O fechamento de postos foi menor que o registrado no mesmo mês de 2015, quando 596.208 pessoas perderam o emprego. Dezembro é tradicionalmente um mês que registra demissões.
Ano de 2016 por setores
De acordo com os números do governo, todos os setores da economia fecharam vagas no ano passado. O setor de serviços foi o que mais cortou empregos: 390.109. Em segundo lugar ficou a construção civil, com 358.679.
Em terceiro lugar aparece a indústria de transformação, com 322.526 demissões em 2016, seguida pelo comércio, com 204.373 mil. A indústria extrativa mineral registrou 14 mil demissões no ano passado e, a agricultura, 13.089.
Os chamados "serviços de utilidade pública" cortaram 12.687 empregos formais no período, enquanto a indústria extrativa mineral demitiu 11.888 trabalhadores. Já a administração pública fechou 8.643 vagas formais em 2016.
Regiões do país
O emprego formal caiu em todas as regiões do país no ano passado. O Sudeste fechou 788.558 empregos com carteira assinada e, a região Nordeste, 239.239.
Na região Sul, foram cortados 146.472 empregos com carteira assinada no período e, na região Norte, outros 80.415. Na região Centro-Oeste, foram fechadas 67.310 vagas formais.
Segundo o Ministério do Trabalho, os estados que possuem maior estoque de empregos formais foram os que mais registraram demissões em dezembro no ano passado: São Paulo (159.280), Minas Gerais (51.823), Rio de Janeiro (39.846), Paraná (30.457) e Santa Catarina (26.329).
Segundo o Ministério do Trabalho, os estados que possuem maior estoque de empregos formais foram os que mais registraram demissões em dezembro no ano passado: São Paulo (159.280), Minas Gerais (51.823), Rio de Janeiro (39.846), Paraná (30.457) e Santa Catarina (26.329).
Em todo ano de 2016, o estado que registrou mais demissões líquidas (acima das contratações) também foi São Paulo, com 395.288 trabalhadores demitidos, seguido por Rio de Janeiro (-237.361 demissões), Minas Gerais (-117.943 empregos formais fechados) e Bahia (-67.291 vagas fechadas).
Correção: O G1 errou ao informar, anteriormente, que o Estado de São Paulo tinha registrado 159.280 demissões em todo ano passado, assim como também estava errado o percentual dos estados de Minas Gerais e Bahia. Esse número de vagas fechadas aconteceu somente no mês de dezembro. A reportagem foi corrigida neste domingo (22).