terça-feira, 4 de julho de 2017

O lobby dos importadores impedirá que em sua reunião desta terça (4) a Câmara de Comércio Exterior da Presidência (Camex) suspenda sua decisão, desde o governo Dilma, de zerar o imposto de importação de álcool de milho dos Estados Unidos. Produtores do Nordeste, por isso, decidiram recorrer à Justiça Federal: sem pagar impostos e subsidiado pelo governo americano, o álcool de milho chega ao Brasil mais barato que o fabricado no Nordeste, que paga impostos e emprega brasileiros. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder. O crime contra a produção nacional, em vigor desde 2010, tem outro agravante: o milho de álcool americano é altamente poluente. Com zero de imposto, as distribuidoras de São Paulo ganham muito dinheiro importando álcool americano, em lugar do nordestino. As distribuidoras, que também têm destilarias, importam álcool de milho dos EUA na entressafra de São Paulo. E no auge da safra no Nordeste. (Diário do Poder)

O bambu e a flecha A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima será usada por aliados de Michel Temer para inflar o discurso de que o Judiciário trava uma luta política para apear o presidente do poder. Para o Planalto, a detenção revela mais uma cena do enredo que situa Temer como o eixo central de um grupo criminoso. O encarceramento jogou um balde de água fria nos que achavam que, com a saída de Rodrigo Rocha Loures da cadeia, no sábado (1º), o governo poderia suspirar aliviado.

Pressão constante A prisão de Geddel teve forte impacto no Congresso. Ganhou corpo a avaliação de que, por mais que lute, o governo não terá sossego e será mantido sob tensão permanente — e em curva ascendente.

Não vai dar Com a base aliada cada vez mais encolhida e a oposição, por sua vez, inflamada, há entre líderes do Congresso a sensação de que a Comissão de Constituição e Justiça não conseguirá liquidar o debate sobre a denúncia contra o presidente em até cinco sessões, como manda o regimento. (Folha de S. Paulo)