quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PT quer aproximação com o PSB, mas não será fácil

Após o encontro das principais lideranças do PSB de Pernambuco com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, uma ponte institucional começa a ser erguida. A presidente nacional do PT, Gleisi Hofffman, procurou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em busca de uma reaproximação entre as legendas, que estão afastadas desde 2013, quando os socialistas lançaram a candidatura do ex-governador Eduardo Campos à Presidência da República. O encontro ainda não tem data para ser realizado e dirigentes socialistas fazem questão de afirmar que não há questão fechada.
Após visita de Lula a lideranças do PSB?pernambucano, Gleisi marca encontro com Siqueira
“Temos conversado com todas as forças que nos procuram. Não temos restrição ao diálogo”, afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O dirigente descarta conotação eleitoral na reunião e garante que o pleito do ano que vem não está na pauta. “Não temos restrição, mas o que decorre do diálogo é outra história. (Uma aliança eleitoral) não está em pauta”, garantiu.

A possibilidade da retomada da aliança entre as siglas, contudo, não está imune a resistência. Vice-presidente nacional do PSB, Beto Albuquerque descarta a possibilidade de uma aliança nacional devido ao tom de rivalidade das eleições de 2014, quando ele foi vice da ex-senadora Marina Silva (Rede). “Sobre aliança não vejo nenhuma possibilidade! O PT em 2014 foi muito cruel, agressivo e desrespeitoso com o PSB. Nossa memória não é curta!”, avisou.

Ele também descarta a composição entre as siglas nos Estados. “Na maioria dos estados não vai ter aliança com o PT! A incompatibilidade ficou muito grande! A soberba do PT no governo deixou cicatrizes profundas. A falta de autocrítica e negação do passado não atrai mais o PSB. Aliás, o PT está com baixa audiência, é muito desacreditado”, bateu.

Em Pernambuco, os encontros do governador Paulo Câmara (PSB) com o ex-prefeito Fernando Haddad e Lula reascenderam especulações sobre uma aliança. A leitura de alguns socialistas no Estado é que o cenário para o próximo pleito é imprevisível, mas a possibilidade de uma aliança entre as siglas dividem opinião. No Estado, inclusive, os dois partidos trocaram duras críticas nos últimos anos e se afastaram.