segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mantega é levado a depor em nova fase da Operação Zelotes.



A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda-feira (9). O alvo desta etapa é o grupo Comercial Penha, firma do empresário Victor Garcia Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O ex-ministro Guido Mantega foi conduzido coercitivamente – quando o investigado é levado para depor e liberado.
Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação à Coroado Administração de Bens, empresa do ex-ministro petista. A Coluna do Estadão apurou que o MPF solicitou o cumprimento de ao menos 15 mandados de busca e apreensão e 15 conduções coercitivas.
Em e-mails interceptados pela Zelotes, o empresário Victor Sandri menciona o nome de Mantega em conversas com o então conselheiro Valmar. As investigações teriam encontrado pagamento de R$ 15 milhões para empresa de auditoria e consultoria vinculada a Valmar.
A empresa Comercial Penha teria comprado o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular seu débito. O MPF sustenta que o ex-ministro Guido Mantega nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva – já condenado na Zelotes – para a câmara que analisou o caso do seu amigo. Com isso, o grupo conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
A Zelotes, originalmente, investigava suspeitas de favorecimentos a empresas devedoras da Receita Federal através da manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Porém, depois foram encontrados indícios que levaram a suspeitar que alguns dos participantes do esquema teriam atuado também para favorecer a reedição de medidas provisórias (MPs) que favoreceriam montadoras e fabricantes de veículos instalados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.