segunda-feira, 23 de maio de 2016

Obama descarta pedido de desculpas na visita a Hiroshima.


Afirmação foi feita em entrevista dada à emissora de TV japonesa NHK.
Presidente dos EUA iniciou viagem por países da Ásia nesta segunda-feira.


Barack Obama, que será esta semana o primeiro presidente americano no exercício do poder a visitar a cidade japonesa de Hiroshima, não pedirá perdão publicamente pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em 1945, disse ele em entrevista à emissora NHK.
"Não, porque creio que é importante reconhecer que, em meio a uma guerra, os líderes tomam decisões de todo tipo", respondeu Obama. A visita faz parte de uma viagem que o presidente fará à Ásia, que começou pelo Vietnã, onde o presidente ficará por 3 dias para reafirmar a influência de Washington e reforçar a cooperação econômica e militar entre ambas as nações.
Obama inicia a visita ao Vietnã no Palácio Presidencial, onde se reunirá com o presidente Tran Dai Quang.

O presidente americano se reunirá também com a presidente da Assembleia Nacional, Nguyen Thi Kim Ngan, e pela tarde o fará com o primeiro-ministro, Nguyen Xuan Phuc, e o secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong.
Durante estes encontros se prevê que se aborde o possível levantamento do embargo de armas dos EUA ao Vietnã, que data de 1984.
Os EUA levantaram parcialmente o embargo em 2014 para certos artigos relacionados com a defesa marítima, um assunto essencial para o regime vietnamita pela disputa que mantém com a China em torno da soberania das ilhas Paracel e Spratly, no mar da China Meridional.
Também espera-se que Obama dê maior destaque na economia, especialmente pelo Acordo de Associação Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), um tratado de livre-comércio assinado pelo Vietnã em fevereiro passado, mas que ainda não foi ratificado pelo Congresso americano.
Aos EUA interessa aprofundar sua relação comercial com o Vietnã, seu maior parceiro no Sudeste Asiático, com o qual tem uma troca bilateral que superou os US$ 45 bilhões em 2015.

Hanói também vê com interesse uma maior presença econômica da maior potência mundial para contrabalancear sua excessiva dependência à China. Obama é o terceiro presidente americano a visitar o país desde o fim da guerra em 1975, depois de Bill Clinton e George W. Bush.
O presidente dos Estados Unidos viajará na terça-feira a Ho Chi Minh (antiga Saigon), onde concluirá sua agenda no Vietnã antes de viajar para o Japão para participar da cúpula do Grupo dos Sete (G7) e fazer uma histórica visita a Hiroshima.

Bomba atômica
A bomba lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, matou 140 mil pessoas. Depois de Hiroshima, os EUA lançaram uma segunda bomba atômica sobre Nagasaki, no sudoeste do arquipélago japonês, em 9 de agosto de 1945, o que forçou a rendição do Japão seis dias depois e pôs fim à Segunda Guerra Mundial.

O presidente estava indeciso sobre a visita. No início do mês, estava prevista apenas uma visita do presidente à região central do Japão no fim de maio para o encontro do G7.

Em abril, o secretário de Estado, John Kerry, se tornou o funcionário americano de maior graduação a visitar a cidade. Na ocasião, Kerry se disse "profundamente comovido" com a visita e acrescentou que Hiroshima foi "um marco devastador que interpela toda a sensibilidade de um ser humano".