quarta-feira, 12 de abril de 2017

Venda de milho da Conab não ameniza preocupação dos pequenos criadores de Pernambuco

A seca se arrasta por seis anos consecutivos e os produtores de Pernambuco estão temerosos com a pouca perspectiva de chuva para os próximos meses. Na tentativa de minimizar esses impactos, o Governo Federal autorizou a venda em balcão, por intermédio da Conab, de até 250 mil toneladas de milho em grão para atender pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, ovinos e caprinos. Do total, 200 mil toneladas se destinam às regiões Nordeste e Norte e 50 mil para as demais. A ajuda é bem-vinda, mas não salva o rebanho dos efeitos da estiagem.
“Para que esse benefício seja ampliado para o maior número de produtores possível, vamos tentar aumentar as unidades de distribuição por meio de pontos do IPA e da Adagro”, disse o presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Gabriel Maciel, durante o Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas, realizado ontem, no Hotel Golden Tulip. Maciel falou de ampliação porque os centros da Conab se concentram entre Arcoverde, Sertão, e Recife. O Estado vai “brigar” para que, pelo menos, 30 mil toneladas, do total, venham para Pernambuco e alimentem o rebanho pelos próximos 90 dias.
Presidente da Federação da Agricultura do Estado, Pio Guerra, disse que a distribuição de milho é insuficiente, e que seriam necessárias 200 mil toneladas da semente por mês. “Já sabemos que não vai chover e, até agora, nenhuma alternativa está sendo tomada de forma efetiva”, lamentou. Para o presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Emanuel Rocha, a situação está insustentável, pois os custos de produção triplicaram e o preço do leite continua o mesmo de 2012.