quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Fim de uma Legislatura marcada por crise, prisões e recorde de vereadores

Foram quatro anos de uma gestão marcada por envolvimento em polêmicas.
Problemas da legislatura começaram com a votação do PCC da educação. 



Termina no sábado (31) a atual legistatura da Câmara Municipal de Vereadores de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Foram quatro anos de uma gestão marcada por envolvimento em polêmicas, prisões e um número recorde de parlamentares, de 35 no total, após o afastamento e morte de um vereador. 
Os problemas começaram no dia 31 de janeiro de 2013, quando os políticos, boa parte deles novatos, votaram o Plano de Cargos e Carreiras dos servidores da rede municipal. Com a aprovação, houve o início de uma crise entre professores e a Casa Jornalista José Carlos Florêncio. "Votamos sem ter conhecimento do documento", disse na época o vereador Romildo Oscar (PTN).
O posicionamento de Romildo foi o mesmo da maioria dos parlamentares, já que o projeto foi lido por duas horas antes da votação pelo então secretário da Câmara, vereador Gilberto de Dora. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caruaru, Eduardo Mendonça, criticou a votação.
"Soube na época pela imprensa e cheguei momentos antes da votação do projeto. Foi um absurdo o que foi feito. Esse PCC congelou os salários dos professores e faz três anos que não temos um centavo de reajuste", disse Mendonça.
Se os professores reclamam do PCC que congelou os salários deles, o mesmo critério não foi adotado pela Câmara no que diz respeito aos salários dos futuros pares da Casa. Devido a votação dos atuais vereadores, a partir de janeiro de 2017 os subsídios dos edis sobem de R$ 9 mil para R$ 15 mil.
A votação gerou protestos na Casa e por pouco não houve confronto dentro do Poder Legislativo. Só o vereador Marcelo Gomes (PSB) votou contra o reajuste. Faltando uma semana para o fim da Legislatura um novo aumento foi votado na Câmara. Com 18 votos a favor, os vereadores aprovaram um novo valor para os salários dos secretários municipais.
A partir de janeiro de 2017, os novos titulares das pastas do primeiro escalão em Caruaru vão ter um novo salário. O valor sobe de R$ 9 mil para R$ 12 mil mensais. Devido ao momento de crise, a votação foi contestada, mas o atual presidente da Câmara, Leonardo Chaves, disse que o aumento era justo. Apenas Marcelo Gomes (PSB) e Eduardo Cantarelli (PSDB) vontaram contra o reajuste.
A Feira da Sulanca foi outro problema envolvendo a Casa Legislativa. Um projeto enviado pela prefeitura para que a feira mudasse de local terminou em celeuma e as duas sessões que deveriam ser votadas no mesmo dia, acabaram sendo realizadas em datas diferentes

A implantação do BRT foi outro problema enfrentado pela Casa. O projeto determinava que a cidade contraísse um empréstimo de R$ 250 milhões
. Com isso, uma via exclusiva para ônibus seria construída cortando a cidade de Norte a Sul. A votação ocorreu e o projeto foi aprovado.Com isso, houve tempo para o vereador Nino do Rap, que exerce o mandato em exercício, mudasse o voto na hora a favor da mudança. "Não voto sobre pressão ou ameaça, por isso, que voto sim", disse. Na época, Nino afirmou que sofreu ameaças para votar contra a mudança.
No entanto, as Operações Ponto Final 1 e 2, da Polícia Civil desvendou um esquema de tentativa de extorsão ao prefeito José Queiroz e culminou com a prisão e afastamento de dez vereadores, que foram indiciados e condenados pela justiça.
Esse afastamento obrigou o presidente da Câmara a convocar suplentes que assumiram as funções na Casa. A situação gerou uma despesa a mais na Câmara, que foi obrigada a pagar dez salários a mais. Os parlamentares recorreram e cinco foram reintegrados à Casa.
O vereador José Ailton foi nomeado secretário e optou por ficar recebendo pela Câmara. Diante desse fato, a Câmara ficou pagando os salários de 35 vereadores.