quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

UFPE vai investigar vandalismo em dois prédios durante ocupações



Universidade afirma que centros foram pichados e equipamentos foram roubados. Inquérito administrativo foi aberto. Protesto contra a PEC 55 acabou na sexta-feira (23).




Após a desocupação dos centros da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a instituição decidiu que abrirá inquéritos administrativos para apurar furtos e danos ao patrimônio público realizados no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e no Centro de Artes e Comunicação (CAC), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife.


Os centros foram ocupados por estudantes em outubro, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição 55, que limita os gastos públicos, e só foram desocupados na sexta-feira (23). A nota divulgada pela UFPE informa que, durante as vistorias realizadas após a desocupação nos dois centros, foram verificados arrombamentos de diversas salas de aula e de professores, com destruição de móveis e equipamentos, além de pichações no chão, paredes, portas e colunas.
Na sexta-feira, a UFPE já havia determinado a abertura de outro inquérito administrativo, para apurar agressões sofridas por dois professores durante sessão do Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão (CCEPE) que tratou do ajuste do calendário acadêmico.
O Centro de Filosofia e Ciências Humanas teve salas depredadas (Foto: Divulgação/Ascom UFPE)
O Centro de Filosofia e Ciências Humanas teve salas depredadas (Foto: Divulgação/Ascom UFPE)
Nos demais prédios em que houve ocupação por parte de estudantes, como o Centro de Biociências, Centro de Educação, Centro Acadêmico de Vitória, Centro Acadêmico do Agreste, Departamento de Enfermagem e Núcleo de Educação Física e Desportos, as instalações foram entregues pelos alunos em perfeitas condições de funcionamento.
A ocupação dos estudantes da UFPE abrangeu o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH); o Centro de Artes e Comunicação (CAC); o Centro de Educação (CE); o Centro de Biociência (CB) e o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (Niate), que atende o CFCH e o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA); o Departamento de Enfermagem; e o Núcleo de Educação Física e Desportos (NEFD), todos localizados no campus na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Houve ainda ocupações no Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão (CAV), na Zona da Mata Sul, e no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru, no Agreste.
Desocupação
Os estudantes que ocupavam oito prédios da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deixaram as unidades na sexta-feira. Segundo a assessoria da UFPE, os manifestantes cumpriram o acordo firmado com a reitoria da instituição na última quarta-feira (21).
As ocupações na UFPE tiveram início no dia 24 de outubro. A iniciativa dos movimentos estudantis tentou barrar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os investimentos do Governo Federal em áreas como educação e saúde e foi aprovada em segundo turno no Senado no último dia 13 e segue para sanção presidencial.
Em troca da desocupação dos prédios, a UFPE concordou em suspender o calendário acadêmico nos dias 21, 22 e 23 de dezembro, para discuti-lo e aprová-lo durante uma reunião, que foi realizada nesta sexta. A nova data de reinício das aulas do segundo semestre é 9 de janeiro e o término será no dia 8 de fevereiro. O ano letivo de 2017 começa no dia 6 de março.
Além da subscrição dos estudantes, o termo foi assinado por representantes da gestão da UFPE, do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública da União e da Frente Juristas Pela Democracia. No documento, a Reitoria também se comprometeu a criar quatro Grupos de Trabalho (GTs) para tratar de temas como segurança, orçamento, assistência estudantil e restaurante universitário.
Faculdade de Direito
A Faculdade de Direito do Recife (FDR) foi desocupada voluntariamente pelos estudantes no dia 18 de novembro, após acordo extrajudicial firmado entre o movimento estudantil e a administração da UFPE. A FDR estava sendo alvo de disputa entre estudantes, que ocupavam o prédio desde o dia 10 de novembro, e a Reitoria da universidade, que conseguiu na Justiça uma liminar determinando a reintegração de posse do prédio. A decisão em primeira instância, no entanto, tinha sido temporariamente suspensa por um desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).