segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Centros oferecem tratamento de dependência química no interior de PE


Terra Terapêutica fica na zona rural de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco / Foto: divulgação/Fundação Terra
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Do NE10

Um centro de reabilitação para dependentes químicos mantido pela Fundação Terra é uma oportunidade para homens a partir de 18 anos realizarem o tratamento do vício no interior de Pernambuco.

Chamado Terra Terapêutica, o espaço tem capacidade para 40 residentes e fica no Sítio Climério, em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. O local fica a 20 quilômetros de Arcoverde, no Sertão. No espaço, dependentes de álcool, drogas e outras compulsões têm várias opções de tratamento.
De acordo com a coordenadora de saúde da Fundação Terra, Liegi Nogueira, o serviço conta com atendimento psiquiátrico duas vezes por semana, psicólogos e psicanalistas durante a semana, equipe de enfermagem e técnicos de enfermagem durante 24h, terapeuta ocupacional, educador físico e arte educador. O Terra Terapêutica conta ainda com equipe de portaria, de cozinha e de serviços gerais.
Para os dependentes químicos que querem se tratar mas precisam manter vínculos de trabalho, é oferecido o semi-internato (de quinta a domingo), com acompanhamento psiquiátrico, psicológico/psicoanalítico e participação nas demais atividades do centro.
Também é oferecido o atendimento semanal, feito uma vez por semana: o paciente passa o dia no centro participando das atividades e é atendido pelo psiquiatra e psicólogo. O padre Airton Freire, criador da Fundação Terra, faz a escuta dos residentes ao longo da semana, com trabalho espiritual.
Por causa do custo alto deste tipo de tratamento, o serviço da Fundação Terra não é gratuito, mas o valor é 60% abaixo do que cobram as clínicas particulares que fazem o serviço.

Rede pública
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Pernambuco conta com 19 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), parte do Sistema Único de Saúde (SUS). No interior do Estado, há unidades em Caruaru, Garanhuns, Limoeiro, Arcoverde, Serra Talhada e Petrolina.

A rede estadual de saúde também conta com leitos em hospitais gerais, em que o usuário de álcool e outras drogas podem receber suporte clínico. Ainda segundo a SES, Pernambuco vem expandindo aos poucos os leitos integrais em saúde mental nos hospitais administrados pelo Estado, que oferecem cuidados clínicos a pessoas que apresentam transtornos ou são usuárias de drogas.
A pasta orienta ainda que os dependentes químicos sejam referenciados pelos Caps AD de sua região, pois mesmo após a alta clínica é necessário dar continuidade ao processo de cuidado à dependência nos serviços da rede. O Caps AD III, por exemplo, localizado em Arcoverde, dispõe de equipe multiprofissional composta por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, educadores físicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e técnicos agrícolas.
De acordo com a prefeitura do município, a unidade oferece também acompanhamento clínico e a reinserção social de usuários a partir de 18 anos pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Programa Atitude
O programa criado pelo Governo do Estado há cinco anos tem como objetivo reduzir os riscos e danos individuais, sociais e comunitários dos usuários de drogas.
os serviços são desenvolvidos por equipe interdisciplinar com atitude nas ruas (intervenção psicossocial itinerante); Centros de Acolhimento e Apoio (promove serviços como casa de passagem, com atendimento 24h); Centros de Acolhimento Intensivo (proteção integral de usuários, dois a seis meses) e Aluguel Social (reinserção social de moradia com monitoramento).
No interior do estado, há um centro de Acolhimento e Apoio em Caruaru, no Agreste. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), o usuário é encaminhado para o local após receber informações com a equipe de rua. O dependente químico é avaliado e pode ser levado para um regime intensivo.
Ainda segundo a pasta, são disponibilizadas 900 vagas mensais para cada centro, que podem estar todas preenchidas ou não.
De acordo com a secretaria, o perfil dos atendidos pelo programa é de homens entre 20 e 29 anos, negros, com renda familiar de até um salário e baixa escolaridade. Destes, 69% são usuários de crack, 44% são ameaçados pelo tráfico de drogas e 41% já sofreram tentativa de homicídio.