terça-feira, 25 de outubro de 2016

Mãe de promotor assassinado fala pela primeira vez sobre o caso

Thiago Faria, promotor de Justiça, morto em outubro de 2013, na PE-300. Foto: Credito: Reprodução/ Facebook 
Thiago Faria, promotor de Justiça, morto em outubro de 2013, na PE-300. Foto: Credito: Reprodução/ Facebook

Começou por volta das 10h15 desta segunda-feira, o julgamento dos acusados de assassinar o promotor de Itaíba, Thiago Faria. Três anos após perder o filho brutalmente assassinado, a mãe do promotor, Maria do Carmo Soares, falou pela primeira vez sobre o caso. "Espero que a justiça seja feita, porque a justiça divina não falha. Peço a todas as mães do Brasil que com certeza estão junto comigo nesse momento, porque perder um filho da forma como eu perdi acaba com a vida da gente", disse esta manhã em frente ao Fórum Ministro Artur Marinho, sede da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE), no Jiquiá. O Procurador Geral de Justiça, Carlos Guerra, disse que o Ministério Público está dando toda a assistência para a mãe do promotor, hospedada em Boa Viagem, para que ela se sinta segura. Moradora do Rio de Janeiro, ela não veio a Pernambuco para o sepultamento, mas participa hoje do julgamento."Este julgamento é o resultado de um crime bárbaro, Tenho certaza de que a justiça será feita. Um crime que abalou não só o Ministério Público, mas todo o estado, os advogados, alunos de Thiago. Tenho confiança elevada no tribunal de júri que dificilmente condenada um inocente", acrescentou Carlos Guerra.

Vão a júri popular José Maria Pedro Rosendo Barbosa, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. Esta manhã, antes da abertura da sessão, o advogado Emerson Leônidas, que faz a defesa de José Maria Domingos Cavalcante, entrou com um pedido de adiamento alegando pouco tempo para analisar a perícia da Polícia Federal, que fez a reconstituição do crime em 3D. O pedido foi indeferido pela juiza Amanda Torres, que concluiu o material foi juntado ao processo em tempo normal. O advogado faltou à sessão, causando o adiamento do julgamento do seu cliente para o dia 12 de dezembro. Ele será      multado em 30 salários mínimos.

O advogado da família do promotor, André Canuto, também  está confiante: "Tenho plena convicção de que não há possibilidade de absolvição, mas cabe ao conselho de sentença decidir. Espero que os trabalhos não tenham manobras para sujar o bom nome da advocacia de defesa", acrescentou.
O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba. Segundo simulação realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos. Do Diário de Pernambuco