quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Segundo réu a ser ouvido sobre morte de promotor alega inocência

José Marisvaldo da Silva afirmou que família está passando necessidade.
Três acusados estão sendo julgados no Fórum Artur Marinho, no Recife.


O segundo réu a ser interrogado no julgamento da morte do promotor Thiago Faria Soarespreferiu ficar em silêncio em alguns momentos e não responder às indagações. José Marisvaldo Vitor da Silva, acusado de ter seguido e indicado aos executores a localização do promotor na manhã do crime, disse não se lembrar de alguns detalhes do dia 14 de outubro de 2013, mas negou participação no assassinato, assim como o terceiro réu, Adeildo Ferreira dos Santos. [Veja vídeo acima]
O interrogatório durou cerca de três horas. "Sou pobre, estou preso e minha família está passando dificuldade. Que interesse eu teria de matar o promotor?", indagou o José Marisvaldo durante depoimento nesta quarta-feira (26), terceiro dia de sessões no Fórum Artur Marinho, na sede da Justiça Federal, na Zona Oeste do Recife.
Sou pobre, estou preso e minha família está passando dificuldade. Que interesse eu teria de matar o promotor?"
José Marisvaldo Vitor da Silva
Marisvaldo falou sobre o que fez nesta data, ao ser indagado pela juíza federal Amanda Torres. Contou que teria ido a Alagoas negociar palma para o gado que seu patrão, José Maria Rosendo, criava na Fazenda Nova. Ao chegar lá, no entanto, não obteve êxito na compra do produto e voltou a Águas Belas. A magistrada fez alguns questionamentos a respeito de horários, mas Marisvaldo declarou não se recordar com precisão.
O réu admitiu que, logo cedo, no dia do crime, avistou o promotor e Mysheva Martins na Fazenda Nova, onde eles foram buscar convites do casamento que seriam distribuídos. "Eu estava terminando de dar água aos cavalos. Eles não demoraram muito não", contou, dizendo que saiu do local na mesma hora em que o casal, mas negando que os tivesse seguido depois disso.
Condenado por tráfico de drogas, Marisvaldo também falou não saber de nenhuma fama de violento atribuída a Zé Maria, nem tampouco das desavenças por conta da Fazenda Nova. "Eu não tenho lembrança desse negócio", declarou.
Ao ser indagado pela acusação do fato de se desfazer de seus bens dias após o crime para ir embora da cidade e questionado a respeito de duas interceptações telefônicas, Marisvaldo reservou-se ao direito de permanecer em silêncio e não respondeu às perguntas.