sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Metrô funciona em esquema especial por causa de paralisação nesta sexta

Supervisores e chefes atuarão das 5h às 9h, nas Linhas Sul e Centro.
À tarde e à noite, eles também trabalharão para garantir a volta para casa.


Linha Sul do Metrô voltou a funcionar, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)Trens vão circular em esquema especial (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou, nesta sexta-feira (25), que montou um esquema especial para garantir a operação do Metrô do Recife, na manhã desta sexta-feira (25). Por causa da paralisação de centrais sindicais  e entidades, que são contra a Proposta de Emenda Constitucional dos gastos da União (PEC-55), os metroviários ligados ao sindicato da categoria cruzaram os braços. Diante disso,  a CBTU garantiu que supervisores e chefes  de setor atuarão nas composições, das 5h às 9h. Mesmo assim, o tempo de espera nas estações aumentou, segundo passageiros.
Na operação especial do Metrô do Recife, estão previstas ações nos dois ramais. Vão circular 14 trens Linha Centro e nove composições na Linha Sul.  É a mesma quantidade dos dias normais. À tarde, os chefes e supervisores  retomarão os trabalhos. Assim, deverão garantir a operação na volta para casa, das 16h30 às 20h30.
Fora desses horários estabelecidos, o sistema será paralisado, de acordo com a CBTU. No início da manhã e no fim da tarde, circulam 80% dos passageiros do metrô. Na linha movida a diesel, que opera no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, não haverá serviços.
O Sindicato dos Rodoviários garantiu que os motoristas de ônibus não vão aderir ao movimento desta sexta. Portanto, os coletivos vão circular normalmente na Região Metropolitana.
Protestos
No Dia Nacional de Paralisação, nesta sexta, também anunciaram que vão paralisar as atividades  bancários, agentes da Polícia Civil, professores em todas as instâncias, petroleiros, operários da construção civil, Previdência Social, Correios e Detran. Os detalhes foram divulgados na quinta (24), na sede da Força Sindical, no Recife.
No Recife, ao menos cinco centrais sindicais devem realizar atos durante o dia, com promessa de bloqueios de rodovias e piquetes em frente a fábricas do estado. Entre as centrais, estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Sindical Popular, União Geral dos Trabalhadores, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e a Central Intersindical.
As paralisações nos diversos setores começam a partir da meia-noite da sexta-feira.Carlos Veras, presidente da CUT em Pernambuco afirmou que a paralisação é uma forma de pressão no Legislativo.
Segundo ele, a PEC 55 significa o fim de diversos direitos conquistados ao longo de muito tempo. Ela acaba, por exemplo, com a possibilidade de um trabalhador de acessar a universidade, já que provoca o sucateamento principalmente da Educação e Saúde. Por trás de tudo isso, está a tentativa de privatização.
Segundo Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco e representante da Central Intersindical, nas delegacias, durante a paralisação, serão realizados apenas procedimentos de flagrantes de delitos.
Ele diz que  o efetivo que continuará nas ruas só dará continuidade ao trabalho de flagrantes. O presidente do Sinpol observa que a pauta também diz respeito ao sucateamento da segurança pública e, principalmente, da segurança das mulheres, já que a data também representa a luta contra a violência às mulheres.
Ato
Às 15h, um ato com concentração na Praça do Derby será realizado e os trabalhadores sairão em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista, no centro da capital. Cidades como Petrolina e Serra Talhada também deve ter protestos ao longo do dia. Para o próximo dia 29, quando deve ser votada a PEC 55, haverá uma marcha de categorias de todos os estados a Brasília, tentando pressionar o Senado a rejeitar a proposta.
Assembleia dos professores da UFPE aconteceu no campus Recife, nesta quinta-feira (10) (Foto: Assessoria/Adufepe)Assembleia dos professores da UFPE no campus Recife, no dia 10 de novembro, decidiu pela greve em protesto contra a PEC (Foto: Assessoria/Adufepe)
Greves nas universidades
O movimento contra a PEC do teto dos gastos envolve também professores das universidades públicas de Pernambuco. Os docentes da UPE cruzaram os braços em protesto contra a medida no dia 28 de outubro. Eles seguem negociando com o governo estadual pautas próprias também, como as modificações em relação a remuneração da dedicação exclusiva. Diversos prédios da universidade estão ocupados desde outubro.
Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia realizada no campus Recife da universidade, no dia 10 de novembro. Antes de a greve ser decretada, estudantes da instituição de ensino ocuparam alguns dos prédios do campus para demonstrar contrariedade à PEC 241. Os centros de Artes e Comunicação (CAC), o de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), de Educação (CE), de Biociência (CB) e o Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (Niate) são alguns dos prédios ocupados na instituição de ensino.
 
Os professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia realizada no dia 8 de novembro. Alunos ocupam prédios da instituição em protesto contra a PEC desde outubro, o que obrigou a instituição a suspender as aulas de diversos cursos.