quinta-feira, 9 de junho de 2016

Bebê sequestrada no Recife ficará em Caruaru até decisão da Justiça, diz juiz.


Andarilhos foram encontrados com a criança no Alto do Moura, em Caruaru.
Mãe disse que casal tomou refrigerante, dormiu e não viu mais a menina.



A bebê de oito meses que teria sido sequestrada em Recife no final de maio e foi encontrada na segunda-feira (6) ficará em Caruaru até decisão da Justiça, segundo o juiz Romeu Patriota. Uma reunião foi realizada nesta quarta-feira (8) para tratar do futuro da menina. A mãe dela, Rosângela Nascimento da Silva, de 36 anos, disse que no dia do suposto sequestro ela e o marido tomaram um refrigerante dado pelo casal de andarilhos e dormiram.

O casal disse que é de João Pessoa, na Paraíba, e estava no Recife para visitar alguns parentes. "A gente nunca viu na vida eles dois. Eles passaram, viram a menina, viram que era bonita. Por ali ficaram, junto com a gente conversando e só de olho na menina. Me deram essa garrafa de refrigerante e eu caí junto com ele [o marido]. Não vi mais a menina", afirmou a dona de casa.
A decisão de manter a bebê em uma casa de passagem sob os cuidados do Conselho Tutelar em Caruaru do juiz Romeu Patriota, da Vara da Infância. Apesar da decisão, os pais biológicos conseguiram ver a filha na manhã de hoje. Eles reencontraram a menina após a criança ser levada pelo casal de andarilhos no final de maio, no Bairro de Boa Viagem.

Em entrevista à TV Asa Branca, a mãe disse que a filha está mais magra. "Não está do jeito que estava quando estava comigo, não. Está bem magrinha, quase não reconheço quando a vi. Quando ela me viu começou a chorar logo".
O pai da bebê, Wagner Carlos Nazaré de Albuquerque, de 34 anos, que trabalha como ajudante de pedreiro, disse que é difícil estar longe da menina. "Muito difícil. Não tem explicação para dizer como estou me sentindo. É muito difícil, acordar, olhar de lado e não ver sua filha.
Entenda o caso
Funcionários de um Posto de Saúde da Família (PSF) localizado no bairro do Alto do Moura, em Caruaru, acionaram o Conselho Tutelar após perceber que uma bebê desnutrida estava com um casal de andarilhos. Policiais militares foram ao local e detiveram o casal.
Segundo a polícia, o casal informou que a criança não era deles e foi encontrada dentro de uma caixa de papelão no bairro de Boa Viagem. Porém, durante o depoimento, eles entraram em contradição. De acordo com o delegado Altemar Mamede, a mulher disse que encontrou a criança há quatro dias, já o homem contou que teria sido há 30 dias. Os dois foram autuados por maus-tratos, assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.