quinta-feira, 9 de junho de 2016

Comerciantes do Recife relatam vendas fracas para o São João.



Clientes até procuram o comércio formal e informal, mas saem de mãos vazias.
Oferecer descontos e preços para todo tipo de bolso são algumas alternativas.


O comércio do Recife está todo enfeitado com decorações juninas: balões, roupas de matuto, lojas coloridas... Nessa época do ano, muitas promoções são feitas para atrair os clientes. Ainda assim, as vendas para a festa de São João estão fracas. Comerciantes do Centro do Recife reclamam que está difícil vender os produtos e ganhar dinheiro com os festejos juninos. [Veja vídeo acima]

Na Região Nordeste, as fogueiras costumam ser acesas em 13 de junho, dia de Santo Antônio; em 23 e 24 de junho, véspera e dia de São João; e em 28 e 29, véspera e dia de São Pedro. Mas as madeiras para construir as fogueiras começam a ser coletadas desde antes. Muitos comerciantes começam a juntá-las desde o fim do Carnaval.

É o caso do comerciante José Marques de Lima, que vende as fogueiras montadas na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife. Mas nada de sinal de fogo para aquecer as vendas. Questionado sobre a expectativa para as vendas neste ano, ele revela que a situação não está nada fácil. “Eu espero que melhore porque até aqui não vendi nada", desabafou.
 Quem também tenta aproveitar o São João para ganhar dinheiro é a comerciante Marlucene Pereira, que capricha no banco de feira. Nele há balões, roupas para criança, camisas em xadrez para vender. Mas nada de as vendas aumentarem. “No ano passado, nessa época a gente já estava vendendo bastante. Esse ano até aqui, nada", revela.

Apesar das dificuldades, desanimar não é uma alternativa. A também comerciante Maria Severina está com o banco de feira repleto de camisas aguardando a chegada dos clientes que vêm em busca de roupas para os festejos juninos. Conhecida como Dona Biu, ela já sabe que os pedidos de desconto serão inevitáveis. “Vendo camisas de R$ 15 e de R$ 20, mas aí começa um chororô das mães. É tanto que, se pudesse, a gente dava de presente”, brinca.
Se a situação está difícil para o comércio informal, onde as mercadorias geralmente são mais baratas, a situação nas lojas não é diferente. Os clientes até entram nos estabelecimentos, mas saem de mãos vazias. “A gente tem que pesquisar, pesquisar, pesquisar. Já andei em umas seis lojas e não comprei”, diz a dona de casa Carmem Lúcia Santana.

O segredo para estimular que as vendas aconteçam é oferecer preços para todo tipo de bolso. "Bandeira de R$ 1, balão de R$ 2. Tem que vender barato, porque se não, não vende", ensina o comerciante Dilmar Santos.