quarta-feira, 1 de junho de 2016

Participantes de fraude de concurso pagariam R$ 30 mil por gabarito.


Valor seria entregue aos líderes da organização em caso de êxito na prova. 
Quantia seria adquirida por meio de empréstimo consignado, diz Polícia.


Após desarticular um grupo que tentava fraudar um concurso da Polícia Militar (PM) no  domingo (29), a Polícia Civil informou, nesta terça (31), que os beneficiados pelo repasse de gabaritos no momento da prova pagariam entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil pela utilização do ponto eletrônico. Em caso de êxito no concurso, os aprovados que usufruíram do esquema desembolsariam R$ 30 mil com a ajuda de empréstimos consignados.

Durante as investigações, a moderna tecnologia utilizada para repassar as respostas do certame aos compradores do gabarito chamou a atenção da Polícia. “As informações eram transmitidas para os candidatos por meio de um ponto eletrônico auricular, com um transmissor com chip semelhante a um cartão de crédito. Cada um dos vendedores tinha um número de celular e repassaria, através do ponto, o gabarito das provas”, explica o delegado João Gustavo Godoy, responsável pelo caso.

O gabarito seria feito por professores com conhecimentos específicos de cada conteúdo abordado no certame e o esquema seria comandado por um dono de cursinho. Ainda assim, a Polícia esclarece que o concurso não foi prejudicado.
“O que seria repassado não era o gabarito oficial, mas sim uma série de respostas feitas por professores e vendidas a terceiros. Não existiu divulgação de gabarito oficial”, assegura o delegado.

“Ainda estamos investigando e vamos trabalhar duramente para que não aconteçam ações semelhantes a essa nos próximos concursos”, explica. “Nosso trabalho será quadruplicado durante o concurso da Polícia Civil”, garante Godoy. Após audiência de custódia, os envolvidos no esquema irão responder em liberdade pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e fraude de concurso público.